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  • Foto do escritorNathan Fernandes

VÍDEO - Encontros Psicodélicos #1: Ayahuasca na floresta, na cidade e no laboratório

Atualizado: 4 de set. de 2021




Por Nathan Fernandes, Jornalista.


 

Para a antropóloga Emilia Sanabria, qualquer projeto científico que envolva as chamadas plantas sagradas, como a ayahuasca, deve incluir uma discussão sobre o nosso passado extrativista e colonial. “É o que nos lembra sem cansar nossos colaboradores indígenas. E me parece muito importante atender a essa demanda, começando toda discussão a partir de um reconhecimento desse fato histórico, porque isso muda o ponto de partida”, disse a pesquisadora franco-colombiana do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), em Paris.


A fala marcou a primeira edição, em março, dos “Encontros Psicodélicos: Conversas interdisciplinares sobre ayahuasca e outros psicoativos", cooperação mensal entre o portal Ciência Psicodélica (CP), o projeto Healing Encounters, do CNRS, e o Grupo de Pesquisa ICARO (Cooperação Interdisciplinar para Pesquisa e Divulgação da Ayahuasca), da Unicamp, com apoio do Instituto Chacruna.


No evento, que contou ainda com a participação do psiquiatra da Unicamp Luís Fernando Tófoli, responsável pelo ICARO, os pesquisadores discutiram, entre outros temas, sobre como reconhecer essa herança colonizadora da ciência sem rejeitar a própria ciência.


“É importante reconhecer que existe uma eterna luta na busca por conhecimento dentro do modelo clássico de ciência", afirmou Tófoli. “A ciência não é feita de certezas, mas de dúvidas.” Para o psiquiatra, a ciência realizada com a ayahuasca é obrigatoriamente interdisciplinar. Isso porque, além da origem indígena tradicional, ele lembrou também que é necessário considerar as vivências pessoais do campo, a exemplo da tese de doutorado do psicofarmacologista Lucas Maia, integrante do CP e mediador do evento.


Reconhecendo a importância do Sistema Único de Saúde, da ciência pública e da universidade pública, Camis Benedito, que pesquisa a questão de gênero no campo da ayahuasca e integra o Healing Encounters e o ICARO, encerrou a conversa alertando para o sequestro da ciência psicodélica por projetos de cunho empresarial.


Assista o evento na íntegra:



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